sinto falta do ontem que ainda vive no meu agora.

Se desse pra voltar no tempo, eu acho que viveria aquele cinco de setembro de dois mil e nove.Viveria pelo fato dele ser contigo, de passar aqueles dias ao teu lado,  ou talvez não, talvez não tivesse ido lá aquela noite, tivesse feito tudo que eu tinha programado, e não fosse passá-la com você. Me lembro de quase todos os momentos, me lembro que a ultima coisa que eu fiz quando sai de casa pra te encontrar foi passar perfume, lembro de te ver sentado no cordão da calçada esperando ansioso o carro parar. Lembro de nós todos procurando um lugar pra comprar bebida, pra se divertir quem sabe, quebrar o clima. Lembro de ti, no lado da porta do apartamento, me puxando pelo braço pra dizer que ainda me amava, e eu respondendo que não era pra ser, que já era.
Me lembro tu virando as costas e indo pra sacada, e eu fui logo atrás, pra dar uma chance ao coração, ou para ter encontrado realmente o que não esperava. Tuas lágrimas me deram boas vindas, e com o teu olhar não querendo encontrar com o meu, vidrado no celular, digitando algumas verdades. Lembro muito bem de quando eu peguei aquele celular e li o que tu tinha escrito, e não pensado duas vezes antes de te beijar. Beijei e toda vez que agora eu passo por baixo daquele lugar, eu insisto em querer te encontrar lá. Mas agora o que resta são apenas lembranças, lembranças de um fato que ainda não passou dentro de mim. Lembro de toda aquela noite, do gelo que tinha no teu wiske e tu colocou na minha boca com um beijo, do sorriso que estampava nossa alegria e dos olhares que trocávamos. Das coisas que você me disse naquele colchão no chão, debaixo de um cobertor gelado, esquentado por nossos corpos. Lembro dos amassos mais quentes, dos beijos mais lentos e dos suspiros mais fundo.  Eu tentando dormir e tu tentando me convencer, de que tudo aquilo era real, e não era um filme da Barbie. Dizendo que comigo tu perdia todas as forças e nunca ia deixar de me amar. Lembro do nosso último beijo, na escada, um beijo de adeus, longo e cheio de carinho. Um até logo pra sempre.  E sabe, eu ainda lamento por não ter acreditado nas tuas palavras, de não ter levado a sério teus sentimentos. E quem disse que só depois que a gente perde a gente valoriza tinha toda a razão. Perdi, e sei que perdi definitivamente, perdi pra mim mesmo, perdi pra distância, pro orgulho, pelo medo, pela imaturidade e falta de compreensão. Perdi algo que agora eu julgo como certo, julgo como aquilo que eu definitivamente nunca esperava sentir, sinto falta do ontem que ainda vive no meu agora. Do agora que não exite, pelo falo de eu não permitir.Forças eu não tenho, eu acho que só me resta o vazio, vazio da falta de não trocar uma palavra contigo a meses, de te ver só uma vez por ano, e  dizer oi, quando a minha vontade é de dizer eu te amo. Se eu tivesse a oportunidade de voltar naquela 5 de setembro, eu voltaria realmente pra concertar tudo que eu errei, tudo que eu deixei de falar, de não ter aproveitado, porque o hoje me cobra muito, me maltrata, por não ter me permitido quando eu tinha tudo pra ser feliz. Não que hoje eu não seja, sou sim. Mas eu sei que todos os meus dias seriam de sol, mesmo que a chuva caísse toda à tarde, porque eu teria aquele alguém do meu lado que me fazia esquecer até de respirar pelo simples fato de falar comigo. Hoje eu tenho tudo que eu quero, mas da pessoa errada. Não errada de não ser a certa, mas errada por não ser aquela. Ou melhor, aquele, que quase sem motivos me faz perder todos os sentidos, só com um olhar me faz perder o chão. Que mesmo eu não tendo por perto, ta sempre presente. Estranho alguém do passado, viver no presente e eu , tola, insistir que ele é todo o meu futuro. Futuro que nem existe. Escuto em cada lugar um chance de ouvir tua voz, vejo em cada ato a oportunidade de encontrar o teu rosto. E meu coração, coitado.. insiste em se manter vivo, porque ainda tem esperanças de voltar a bater como antes. Batendo pelo simples fato de te ter dentro dele, outra vez. Desculpa, mas ainda tem algo em mim, que me move até você !